Ação pretende sanar entraves no processo de contratação de assalariados
O Sindicato dos Empregados Rurais de Ribeirão Preto está realizando uma série de acordos coletivos na região para garantir os direitos dos assalariados rurais que atuam na lavoura diversificada. Essas negociações são feitas com o intento de sanar o impasse entre o sindicato patronal e decisão do Ministério Público do Trabalho (MPT), que determina a realização do Termo de Ajuste e Conduta (TAC), não acordado pelas empresas do setor, por determinar o pagamento da hora in intinere, que consiste no tempo que o trabalhador está à disposição do empregador, e não somente pelo tempo trabalhado.
O presidente do SER de Ribeirão Preto, Silvio Palviqueres, explica o impasse: “O TAC determina o pagamento de percurso por hora ou fração, considerado pelo setor patronal incorreto, que prefere o pagamento por hora pré-fixada, sendo uma hora acrescida de 50%”. Para sanar o problema, o Sindicato está regularizando acordos coletivos entre empresas de Ribeirão, Dumont, Guatapará e Luiz Antônio, resultando num total de 76 negociações até o fechamento desta matéria. A pretensão da entidade é fechar em 150 acordos até o final do ano. Em 2009, o mesmo processo foi realizado, gerando 111 negociações.
Palviqueres acredita que, na atual situação do impasse entre o setor patronal e o TAC, as negociações promoverão melhorias diretas para a classe. “É melhor promovermos os acordos do que cair no dissídio coletivo, que acabará por prejudicar os beneficiados devido à demora para ser julgado, e os trabalhadores não podem ficar sem seus reajustes”.
Valores – O atual piso negociado está em R$ 600. Para quem ganha acima deste valor, há reajuste de 7% no montante. O piso anterior era de R$ 550, resultando num aumento de quase 9%. De acordo com o presidente do Sindicato, o resultado tem sido visto como positivo para os trabalhadores. “Com esse reajuste, os assalariados tem um ganho real do piso em mais de 4%, que fica acima da inflação”, comenta. A região de Ribeirão Preto possui mais de 90% dos trabalhadores rurais na situação de assalariados.